
Foi-se o Natal, nem comi tanto assim, bebi um monte de caipirinha de vodka com lichia e depois cerveja e foi tudo bem. Depois fui pra casa da Mirella encontrar com a Camila e a Lídia e acabamos indo pra buaty e foi chato, ponto. Não dá, melhor arrumar outra coisa pra fazer mesmo, asap. Daí fui dormir às cinco da manhã, Fernando chegou às onze, acabamos de fechar as malas e às duas estávamos no aeroporto. Estava esperando o caos em si e nem foi tão horrível assim. Às cinco o avião da Lan Chile já estava no ar, três horas depois chegamos em Santiago. Eu estava apavorado com a perspectiva de ficar mais de 24 horas viajando, consegui uns Frontais com minha madrinha, uns Loraxi com amigos e por via das dúvidas levei meus muitos comprimidos de Nytol. Nessa primeira parte da viagem eu não tomei nada, foi bem tranquilo, a comida era boa, o avião era o mais confortável que eu já tinha visto. Em Santiago ficamos esperando três horas pelo próximo vôo que duraria quinze horas. Eu nessa altura estava tão cansado que entrei no avião e dormi o vôo quase inteiro sem precisar de nenhuma ajuda química. Chegamos em Auckland sei lá que horas, até agora já tínhamos viajado 21 horas, já tínhamos perdido um dia (e eu tinha aprendido que International Dateline, aquela música do Ladytron, na verdade é uma linha perto da Nova Zelândia onde se muda o dia, pra direita é ontem, pra esquerda é amanhã e o hoje não existe) e eu estava com muita fome. Ficamos no aeroporto internacional de Auckland mais cinco horas esperando o último trecho da viagem. Finalmente pegamos o último vôo e chegamos em Melbourne quatro horas depois. Trinta horas de viagem. MEDO. Eu dormi de novo nessas últimas quatro horas mas eu estava um lixo. Meu joelho doía, meus olhos ardiam e eu estava com sono, muito sono. E em Melbourne, dez horas da manhã.
Viemos para o hotel, os quartos iam ficar prontos às duas da tarde. Fomos andar, almoçamos e às três horas da tarde eu dormi. Fui acordar no dia seguinte às seis horas da manhã, dia 28 de dezembro. Fomos tomar café, andamos e andamos, estava frio. E eu achando que o verão australiano era uma realidade, tive que comprar um casaco. Só tinha levado um moletom e um casaco de neve para quando fôssemos para o Japão três semanas depois. Andamos, compramos, comemos. Às cinco da tarde eu tive o pior sono da minha vida e eu fui cochilar. Jurava que eu tinha conseguido driblar o jet lag. Às oito eu acordei para ir jantar com o pessoal da gravadora e eu estava um monstro do mau humor. Tomei cerveja, gin, campari, fiquei mais sociável e à meia noite estava na cama.
Hoje acordei as sete da manhã. Vamos viajar para a cidade onde vai ser o primeiro show, espero ver uns bichos esquisitos na estrada.